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Da Decomposição do Trabalho

Deutsche Version [1]

Franz Schandl

Tradução: Pedro Lavigne

“Diz-se que essas pessoas seriam tão esforçadas quanto uma imensa quantidade de abelhas. Ergo summ. Diz-se que elas estariam sempre labutando, matando-se de trabalhar, apressando-se. Antes disso, elas não poderiam descansar. Para resumir, diz-se que no trabalho estaria seu sentido de viver. Diz-se também que é dito que se disse que elas obram como possessas, não descansariam, porque sempre haveria algo para fazer. Hesíodo diz: trabalho não corrompe. E Benn diz: trabalho significa elevação à forma espiritual. Sinto que o trabalho é uma necessidade do homem tanto quanto comer e dormir, diz Humboldt. Diz-se também que é dito que se disse que elas obram como possessas, não descansariam, porque se diz que sempre há algo a fazer. Quem não trabalha também não deveria comer, diz-se. Ora et labora. Trabalho liberta. O trabalho, diz-se, é que tornaria a vida doce.” (Franzobel 1995, p. 27).

Todos falam de trabalho. Mas falam todos de algo que entendem? O fundamento desse falatório é um conceito ontológico de trabalho, que tenta englobar tudo que de alguma forma cai na área de sua atividade. A afirmação que “Trabalho é um conceito central da existência humana, assim como liberdade ou morte ou amor” (Schwarz, 1997, p.19) é plausível, mas errada.
O termo trabalho, após sua consolidação, tenta agora se expandir cada vez mais espacialmente e também temporalmente. A conceituação, no entanto, perdeu a orientação. Uma vez colocada no mundo, agora o mundo é que deve ser tornado idêntico a ela. O assalto colonialista do presente contra o passado e o futuro se parece com uma observação naturalista. O que para o homem pré-moderno era Deus, para o homem moderno agora é o trabalho. É para ele que se deve sacrificar-se e sobrecarregar-se.
Até mesmo em publicações interessantes, como na antologia organizada por Ina Paul-Horn, “Transformações do Trabalho”, podemos ler: “Trabalho significa uma atividade na qual ação atual se dirige de forma planejada a uma finalidade futura” (Berger/Paul-Horn 1997, p.133). Se isso significa trabalho, então o que um conceito de atividade ou de obra pode englobar fora desse conceito de trabalho? Parece que nada mais. A associação de trabalho foi englobada sem qualquer diferenciação no conceito de atividade. Então, andar de bicicleta também é trabalho, pois o pedalar (= atividade atual planejada) realiza uma desejada mudança de localidade (= finalidade futura). Parece que isso agora é chamado de “trabalho de movimentação”. Se eu discuto de forma exaltada (= atividade atual planejada), para eliminar do mundo uma briga (= finalidade futura), então isso é trabalho, e hoje é chamado de “trabalho de relacionamento”.

Além disso, o que são atividades que não se dirigem a uma finalidade futura? Significa isso que o resto da atividade, que é um não-trabalho, são atividades sem finalidade? Mais além: qual é o conteúdo da finalidade perseguida? O indivíduo burguês, de tanto trabalho, não enxerga mais a diferença. Para ele, provavelmente tudo é igual. Trabalho é trabalho. O que é trabalho, no entanto, não é esclarecido de forma alguma. Quanto mais se vê trabalho em toda parte, tanto mais não se tem conhecimento.

Rendevouz cabaretista

Do trabalho de luto ao trabalho de relacionamento, do trabalho de cuidar ao trabalho de educar, tudo deve ser e querer ser trabalho. O fato de luto talvez ser luto, educação talvez ser educação, parece esquecido. Quanto mais precário for o trabalho, tanto mais ele faz joguinhos ideológicos; sim, ele se encrua em toda a linguagem e faz nascer uma besteira atrás da outra. Como um vírus, ele se movimenta por toda a terminologia corrente, e todos parecem contaminados, ruminam o indigestível, como se isso fosse natural. A expansão agressiva e a veemência de seus diferentes propagandistas chamam a atenção. Quanto menor o conteúdo real do conceito de trabalho, tanto mais ele floresce no mundo das idéias.
O cabaretista Werner Schneyder recentemente tocou no ponto da questão. Segundo seu deboche, “o homem não tem somente um ´direito ao trabalho`, ele tem também um `direito ao dinheiro`, ou seja, à participação nos lucros, à sua parte no produto interno bruto. O termo ´auxílio-desemprego` é uma insolência ideológica. Deveria se chamar ´honorário de utilização do tempo livre`. (…) Há inúmeras maneiras, e socialmente importantes, de se compreender tempo livre como tempo de trabalho. Comecemos com o corpo humano. O cuidado com ele – penteado, fazer a barba, cosmética – é trabalho, um serviço aos outros, pois suas vistas são tornadas mais bonitas através da aparência de cada um. O mesmo vale para passar as calças a ferro, limpar os sapatos, tirar as manchas da roupa, cuidar dos canteiros de flores, da grama, da fachada da casa – exigem trabalho, são trabalho. O ato de ler, com o objetivo de aquisição de informações ou de conhecimento, é trabalho. Aprender um instrumento musical, para proporcionar alegria não só a si mesmo como às outras pessoas, é trabalho. O ato de causar alegria com a música do instrumento após tê-lo aprendido é trabalho. A conversa, a discussão para a formação de opiniões é trabalho” (Schneyder 1998, p. 306).
Nós completamos: escovar os dentes é trabalho. E trocar as meias. E andar de barco. Por que não deveríamos ser sustentados para isso? E fazer visitas? A pergunta agora é: paga quem visita ou quem é visitado, o estado nacional ou a União Européia? E se aqueles que se encontram em um bar dividem entre si o trabalho de locomoção? E por que não também beijar, fazer carinho e fazer sexo? Nesse caso, é trabalho de divertimento. Ou será que o trabalho acabou em alguma parte? Será que no sono? Não, isso é agora trabalho de sono. Tudo o que é, é trabalho. Existência tem que ser trabalho, assim é o enunciado do primeiro mandamento universal no livro de orações ocidental, que está acima das confissões.
Um engano fundamental da contemporaneidade é que nós só podemos compreender nossa atividade enquanto trabalho. Essa ausência de medida subsume todas as atividades sob a categoria de trabalho. A categoria ficou louca, ela toma de assalto substantivos inocentes. Ela cresce como um câncer. Do chanceler ao artista: todos falam de trabalho. Mesmo muitos críticos figuram como transmissores complacentes de todos esses.

Trabalho como abstração

O que têm em comum atividades como fazer pãezinhos, varrer as ruas, supervisionar presidiários, cuidar de doentes, vender frutas, ordenhar vacas, escrever artigos, transportar dinheiro e atirar bombas? O fato de serem reconhecida como trabalho remunerado, de haver dinheiro em troca delas. Todas podem ser expressas em euros. Se elas não podem, então, apesar de todo o esforço, não constituíram trabalho, pois elas não foram incluídas na valorização. Do ponto de vista do valor, a mesma atividade pode ser trabalho ou não. Isso depende de sob qual constelação ela se desenvolve socialmente. De qualquer forma, o caráter específico da atividade não pode ser englobado por uma sensibilidade extra-monetária. Contra o bom senso, deve-se pôr por escrito: trabalho é atividade relacionada ao mercado para fins de valorização. Trabalho deve se qualificar e quantificar para o mercado.
O trabalho assim decifrado não é uma grandeza ontológica, mas uma necessidade historicamente limitada. Portanto, quando aqui se fala de trabalho, está se falando de trabalho para ganhar a vida. Na língua alemã, a diferenciação de grande sentido entre trabalho(ar) e obra(r) perdeu-se ao longo dos séculos. O trato com a categoria “trabalho”, portanto, é extremamente problemático, pois, ao contrário, por exemplo, da língua inglesa, não há diferenciação entre “work” e “labour”.
Há muito a fazer, de fato. O que está acabando é o trabalho remunerado. Por que acreditamos piamente que ele permanecerá? A resposta simples é que nossa existência depende de nossa renda. Que desta forma o trabalho parece ser uma necessidade existencial. Não conseguimos imaginar uma vida sem ele, nem podemos. Tudo aquilo que hoje aponta para além da economia de mercado é desacreditado como alucinação, não importa o quão precária seja a situação do indivíduo burguês. Uma despedida positiva de trabalho, dinheiro e valor parece ser uma criação totalmente utópica da mente. No entanto, em uma forma negativa, essa despedida tem conseqüências destruidoras sobre os afetados, nesse instante.
Comer é uma necessidade incondicional, mas a de ter dinheiro é uma necessidade socialmente determinada. Apesar disso, para os sujeitos modernos trabalho e dinheiro são o que era Deus para as pessoas da Idade Média: o fetiche supremo. “Trabalho existe como necessidade”, poderíamos dizer, utilizando livremente a fórmula de Spinoza. E o mesmo em relação ao dinheiro. Mas esse princípio ocidental de ora et labora está seriamente abalado, e isso em todas as suas variantes, do protestantismo ao socialismo. Cruzadas ou frentes de trabalho não adiantam mais.

Capital ama trabalho

Trabalho não é um termo fisiológico, mas uma categoria real social. Sua ascensão é paralela à de iluminismo e capitalismo. Tudo aquilo que hoje nos é tão familiar – democracia, direito, Estado de Bem-Estar Social, nação, contrato, mercadoria, mercado etc. – pertence ao mesmo contínuo histórico e não pode ser separado dele, apesar de isso sempre ser tentado. Seu histórico de ascensão e decomposição é o mesmo, ainda que possa haver diferenças temporais em sua formação e seus desenvolvimentos.
O porquê de tanto burgueses quanto proletários se identificarem com o trabalho é determinado socialmente: eles, enquanto “partículas de capital” constantes ou variáveis (Marx 1969a, p.223-224)1 [2] não são nada mais que formas dinâmicas de existência do trabalho. Eles acertadamente identificam-se consigo mesmo, com sua determinação objetiva. O trabalho sou eu, declaram empregadores e empregados. Capital ama trabalho, pois ele próprio é trabalho. Trabalho morto, que se apropria de trabalho vivo e assim se valoriza. Sem trabalho não há capital. A relação de capital não é nada mais que a máquina de acumulação do trabalho. Capital e trabalho, portanto, não formam uma contraposição antagônica, mas o bloco de valorização da acumulação de capital. Quem é contra o capital tem que ser contra o trabalho.
Adestramento ao trabalho foi um dos objetivos declarados da modernização ocidental. Autodeterminação e coação ao trabalho podem ser encaradas como grandezas complementares. Mesmo que, por exemplo em Kant, a categoria trabalho de forma alguma pertencesse às categorias centrais, mas aparecesse apenas em sua conceituação embrionária, todo o programa do trabalho já se encontrava em seu pensamento. O capítulo “Da sensação de prazer e desprazer” de sua antropologia (Kant 1977, p.549-579) ensina em tom de conselho de quem entende do assunto: “Jovem! (eu repito) tenha amor pelo trabalho; negue-se divertimento, não para abrir mão dele, mas para tê-lo em perspectiva o máximo possível” (p.559). Trabalho é religião secularizada: a promessa do além do trabalho deveria se realizar somente lá, no além. No aqui e agora, no entanto, dever-se-ia trabalhar.
Disso resulta que trabalho não é o prazer realizado, mas a perspectiva de realização do prazer pelo amor ao desprazer. Disciplina significa querer sofrer por aquilo que faz sofrer. E é isso, também, que o trabalho desperdiçador de vida promete: quem se esforça muito pode no futuro permitir-se muito! É um imperativo que é exigido dos membros da sociedade moderna. “Primeiro trabalho, depois prazer”, assim a sabedoria popular traduziu a máxima kantiana para a linguagem do dia-a-dia. O imperativo categórico tornou-se um indicativo obrigatório, que, enquanto obviedade apriorística, não precisa nem mais emergir como comando.
Ganha-pão. Ocupação. Emprego. Serviço. Trabalho é a vassalagem espontânea. O fato de nós termos que ganhar dinheiro significa que devemos servir. Através do trabalho remunerado, somos os servidores da valoração. Se alguém ganha isso ou aquilo, e principalmente quanto alguém ganha, tornou-se uma questão primordial nas conversas do cotidiano, mas também é um segredo bem guardado. O sujeito burguês, adestrado ao ordenamento jurídico, obrigatoriamente pergunta se a pessoa em questão realmente merece o que ganha, mesmo que ele próprio sempre queira ganhar mais do que lhe caberia conforme seu próprio raciocínio. Não é da conta de ninguém, mas todos gostariam de saber. Nessa esquizofrenia coletiva, a suspeita mútua cresce e floresce.

Renúncia é abrir mão da existência

Ter que trabalhar é um sinal de vassalagem, disse Hegel de forma completamente clara aos seus ginasiais de Nürnberg, e alguns têm até hoje decorado: “O vassalo tem um si-mesmo estranho dentro de si e é sua vontade externa; o senhor relaciona-se com as coisas através dessa sua vontade externa. Como vontade por si mesmo existente, ele se comporta contra elas como um desejo consumidor; o vassalo, porém, como vontade não por si mesmo existente, se comporta como trabalhador e formador” (Hegel 1986a, p.81). Trabalho significa tornar-se igual a uma coisa, coisificar-se (p.82).
Ser trabalhador significa desapropriação de si mesmo: “Através da renúncia de todo o meu tempo, concretizado pelo trabalho, e da totalidade de minha produção, eu tornaria propriedade de outrem o substancial do mesmo, ou seja, minha atividade e realidade gerais, minha personalidade” (Hegel 1986b, p.144-145). O ditado “ser senhor de si mesmo” não é tão errado. Só se é senhor de si mesmo se não se trabalha sob o comando de outrem. Mas ser senhor de si mesmo também significa que se deve comandar a si mesmo para corresponder ao mercado. Na economia de mercado só se é o senhor de si mesmo quando se é vassalo de si mesmo. Senhor e vassalo, portanto, são figuras aproveitáveis somente de forma limitada, pois elas rapidamente pressupõem a autodeterminação dos comandantes e, com isso, esquecem a determinação sobre os mesmos comandantes.
“Mas esse mundo é existência espiritual, ele em si é a interpenetração do ser e da individualidade; essa sua existência é a obra da consciência de si; mas é também uma realidade imediatamente presente, estranha a ele, a qual tem um ser próprio e na qual ele não se reconhece. Ela é a existência exterior e o conteúdo livre do direito; mas essa realidade exterior, a qual engloba em si o senhor do mundo do direito, não é essa existência elementar casualmente existente para o si mesmo, mas ela é seu trabalho, mas não positivo – ela é seu trabalho negativo. Esse mundo recebe sua existência através da própria externalização e esvaziamento da consciência de si, a qual parece constrangê-lo com a violência externa dos elementos à solta, que vige na desolação do mundo do direito. Em si, eles são somente a pura destruição e dissolução de si mesmos; essa dissolução, no entanto, essa sua existência negativa, é o si mesmo, ela é seu sujeito, sua atividade e seu devir” (Hegel 1986c, p.360). Esse seu estranhamento é a pura consciência ou existência (p.361).
O sujeito, que se define por se subjugar ao trabalho, é objeto de uma tortura exterior e onipotente. Ele só toma existência porque ele não consegue se colocar positivamente por conta própria, mas somente negativamente através do trabalho. Externalização do trabalho significa o homem abrir mão de sua existência. Autodeterminação significa determinação externa, e não conhecida, mas reconhecida. A essência do capital tem na permanente renúncia do homem à sua existência sua própria condição de existência. Seu bem-estar, sua saúde, sua sociabilidade amigável não são meios ou objetivos primários, mas na melhor hipótese acréscimos conquistáveis. O indivíduo burguês é, em verdade, “um ser humilhado, um vassalo, um ser abandonado, um ser desprezível“ (Marx 1970, p.385).

Ambivalências marxianas

A atitude de Marx em relação ao trabalho era muito ambivalente, mesmo que deva ser admitido que ele próprio (principalmente em “O Capital”) tendia à ontologização, ao caracterizá-lo como condição supra-histórica. “O trabalho é primeiramente um processo entre homem e natureza, um processo no qual o homem intermedia, regula e controla seu metabolismo com a natureza através de sua própria atividade. Ele próprio se apresenta ao material natural como uma força da natureza” (Marx 1969a, p.192). O processo do trabalho, para ele, é “uma condição geral do metabolismo entre homem e natureza, eterna condição natural da vida humana e conseqüentemente independente da forma dessa vida, mas comum a todas as formações sociais” (p.198).
Marx tentou corresponder aos aspectos de sua meta-categoria “trabalho” ao dar atributos à categoria com relativa freqüência, dos quais destacamos a diferenciação entre trabalho concreto e abstrato. Engels chega ao ponto a ressaltar, na nota de rodapé à quarta edição de “O Capital”, que a língua inglesa tem a vantagem de diferenciar entre work e labour (pgs. 61-63). Acerca do problema da categorização, Marx escreve nos “Grundrissen”: “Esse exemplo do trabalho demonstra de forma convincente que mesmo as categorias mais abstratas constituem elas próprias, em função da assertividade dessa abstração, produtos de condições históricas, apesar de sua validade para todas as épocas – validade exatamente por causa de sua abstração. Demonstra que elas possuem sua validade total somente dentro dessas suas condições históricas” (Marx 1983, p.39).
Entretanto, há também passagens notáveis que excluem qualquer entendimento ontológico. “Constitui um dos maiores enganos falar de trabalho social humano livre, falar de trabalho sem propriedade privada. O `trabalho´ é, por sua própria natureza, a atividade não-livre, desumana, não-social, condicionada pela propriedade privada e criadora da propriedade privada. A abolição da propriedade privada, portanto, só se torna uma realidade se ela é compreendida como abolição do trabalho” (Marx 1972, p.24). E também na muito citada “Ideologia Alemã” escrevem Marx e Engels que os proletários, “para se fazer valer pessoalmente, suspendem sua atual condição de existência, que ao mesmo tempo também é a de toda a sociedade até hoje existente, que vem a ser o trabalho” (Marx/Engels 1969b, p.77), que a “revolução comunista se volta contra a atual espécie de trabalho, abole o trabalho e assim suspende o domínio de todas as classes e abole as classes em si (…)” (ibidem, pgs. 69-70). Aqui é dito expressamente: todo trabalho é atividade, mas nem toda atividade é trabalho!
Movimento Operário como Movimento do Trabalho
O marxismo de movimento operário, em sua visão do trabalho, nunca foi além do manuscrito de Engels “Participação do Trabalho na Humanização do Macaco” (Engels 1969, pgs. 444-455). “Viva o trabalho”, assim é de fato o refrão da até hoje cantada “Canção do Trabalho”. Formulações desse tipo eram comuns, havia até muito piores. “O Salvador dos tempos atuais chama-se organização consciente e planejada do trabalho social” (Dietzgen 1930, p.103) proclamou, por exemplo, Josef Dietzgen, um dos mais conhecidos propagandistas social-democratas da segunda metade do século XIX.
E havia também um correspondente bolchevista. Ninguém menos que Anatoli W. Lunatscharski, posteriormente comissário para educação, escreveu em 1908 que a questão era a criação de uma religião “sem Deus” e o estabelecimento de uma “religião do trabalho” (História do partido Comunista da União Soviética, vol. 2, p.307). Também Josef Stalin dizia que a tarefa dos bolcheviques era “desenvolver a filosofia de Marx e Engels no espírito de J. Dietzgen” (ibidem, p.308).
O trabalho tornou-se a religião do movimento operário. O trabalho é o louvado. “O principal é que você tenha um trabalho” é hoje um ditado comum. Em tempos como esse, isso se torna ainda mais forte, para a maioria das pessoas o principal é arrumar um emprego em algum lugar. As pessoas estão dispostas a engolir inúmeras humilhações em nome de um emprego seguro, até mesmo para uma colocação qualquer. O principal é ter trabalho. Desta forma, o movimento operário se tornou um movimento da luta pelo trabalho. Isso ele é até hoje – pelo menos o que restou dele.

Marasmo do trabalho

Hoje se fala com razão em uma crise estrutural do trabalho: “O postulado do emprego para todos será cada vez menos realizável na medida em que o nível tecnológico da sociedade crescer. Quando certos políticos centro-europeus afirmam quererem subir o nível tecnológico de seus países para assim poderem oferecer emprego a todos, então eles são incapazes de pensar ou estão enganando o povo” (Anders 1980, p.99). O que não significa necessariamente uma contradição.
“De fato, os produtos chamados `postos de trabalho´ são tão importantes que políticos incapazes de organizá-los ou inventá-los podem ir para casa. Não existem políticos que não prometeram emprego. E também não há os que tivessem uma resposta para a dialética de hoje, que seja o crescente nível tecnológico e a decrescente necessidade de trabalhadores e postos de trabalho” (Anders 1989, p.41). Contrariamente à tendência majoritária, deve-se ressaltar: inimigo dos trabalhadores é aquele que quer mantê-los em sua condição de trabalhadores, e não aquele que quer libertá-los da vassalagem do trabalho.
O trabalho sofre de marasmo. Ele devora sua própria força de trabalho e perdeu a capacidade da regeneração geral. O fato de o trabalho não impedir uma queda na estratificação social nem mesmo nos países do centro capitalista é provado também pelos salários baixos. Working poor é mais que um tópico, é a amarga realidade para muitos possuidores de postos de trabalho. O campo do trabalho está igual a uma enfermagem global ou a um necrotério. Falta de existência própria transforma-se em apodrecimento. O chanceler austríaco Viktor Klima, desta forma, não é nada mais – para citar livremente Hegel ou Nestroy – que o apodrecedor local do trabalho.
Libertação do trabalho e desemprego
Nos mercados, devemos nos relacionar uns com os outros em concorrência e não regular nossas necessidades em apoio mútuo e solidariedade. Nós não estamos aí uns para os outros, mas devemos nos guerrear mutuamente. Se a concorrência antigamente era uma medida necessária para, idealmente e materialmente, tirar as pessoas da vida limitada da lavoura, um princípio dinâmico sem igual, ela hoje se tornou um fim em si. “A norma guia do sistema econômico vigente chama-se concorrência opressora expansiva. Ela permite que perguntas por sentido e divagações sejam submetidas a um cálculo de vantagens extremamente simplista: o que consegue se impor, está certo; aquele que perde na concorrência com isso provou-se errado” escreve Erich Kitzmüller (Kitzmüller 1997, p.174). Por falta de possibilidades de expansão, a concorrência destrói a si mesma. Mas isso significa também: quanto melhor setores parciais (ramos de negócio, regiões etc.) conseguem se impor na concorrência e assim também criar postos de trabalho, tanto mais esses postos de trabalho são abolidos em outra parte. Concorrência pela localização de indústrias é uma grandeza eliminatória.
Estar desempregado significa não ser competitivo enquanto força de trabalho. E isto está ligado à queda na estratificação social. Sem dúvida, o desemprego é um pavor. Mas esse pavor é causado pelo trabalho, não pela inatividade. Se desemprego causa sofrimento então deve sempre lembrar que o desemprego é um componente subordinado do próprio trabalho e não o seu contrário, como ele pode parecer superficialmente. Desemprego significa desvalorização e isso em uma sociedade na qual o valor é a lei predominante. Psiquicamente, os excluídos vivenciam um verdadeiro choque de desvalorização. Não por acaso as palavras valor (Wert) e dignidade (Würde) provêm do mesmo termo gótico (vairths), como Marx já havia ressaltado (Marx 1969c, p.372).
Desemprego se apresenta como vergonha, como fraqueza, como incapacidade, como ausência de valor. E assim também ele deve ser pensado nessa sociedade. Os atingidos por ele estão marcados. São chamados de casos sociais. Sem alternativas sociais eles facilmente caem em tentação diabólica de procurarem bodes expiatórios, os quais eles diretamente responsabilizam por sua situação. Pois foi nesses parâmetros que eles aprenderam a sentir. A falta de perspectivas sociais dos socialmente desclassificados tem um material explosivo racista.
Quando “forças” liberadas não sabem o que eles devem fazer com seu tempo, então eles demonstram o quanto eles se renderam ao culto do trabalho. Eles de fato identificaram sua vida com o trabalho; sem ele, a vida parece vazia e sem sentido. A frase absurda “o trabalho resume a vida” não está somente certa como certa está também seu segundo significado implícito: aniquilação.
Trabalho não significa realização da vida, mas fadiga da existência. Tempo de trabalho é tempo de vida roubado. O fato de postos de trabalho, onde eles se mostram supérfluos, serem louvados e mendigados, o fato de não se poder alegrar onde deveria haver alegria, é grotesco de uma forma sem igual. E grotesco na economia de mercado, ressalte-se. Nesse caso, deve-se ater-se ferreamente a Nestroy e ser contra isso: “Não, trabalho eu não exijo mais, pois isso seria supérfluo e eu só posso exigir o necessário” (Nestroy 1975, p. 189).
Fatalismo não está na ordem do dia. Não se trata de aceitar as devastações capitalistas ou até de afirmá-las e propagandeá-las como necessidades naturais. Os desempregados têm razão quando eles protestam contra seu desemprego. Mas eles não podem ficar só nisso. Quem luta contra o desemprego não pode lutar pelo trabalho, que é a causa de seu mal. Isso não é facilmente explicável, pois todos dependem de trabalho se quiserem sobreviver socialmente. Mais fácil de compreender é o pensamento que nasce do senso comum, pelo qual a necessidade do indivíduo deve ser a necessidade da generalidade. Isso é um curto-circuito, de resto muito parecido com aquele pelo qual se pode deduzir a vontade razoável da generalidade dos interesses individuais. Exatamente na superação desses curto-circuitos está um desafio estratégico imenso. Não se pode negar que hoje ninguém sabe como isso pode ser realizado conseqüentemente. Mais urgente parece a formulação correta de perguntas.

Auto-desrealização

Trabalho é um mal. Trabalho é sofrimento. Trabalho destrói as pessoas psíquica e fisicamente. Antes imprescindível para a subsistência, hoje ele é cada vez mais desnecessário e impossível. Trabalho é auto-desrealização. Ele é feito porque ele traz salário. Não se deve nem mais perguntar pelo sentido da ocupação. Importante é se ele vale a pena, se ele pare lucros, salários, postos de trabalho. As pessoas devem trabalhar. Até a última gota de suor deve-se ater a isso.
O trabalho não liberta, ele é a ausência de liberdade por excelência, a coação autoritária à desumanização, o que significa: coisificar-se, vender-se, valorizar-se. Eles não devem desejar nada mais: “Nós queremos ter que trabalhar”, canta o coro dos prisioneiros do trabalho. Mas por que devemos querer? Porque queremos ter que trabalhar! Nossa vontade é lei que nos é imposta. Nós somos dimensionados de forma a não largamos nossa máscara, a qual compreendemos como nossa pele. Os verbos modais não se desintegram, mas integram-se em uma coação que comumente é chamada de liberdade. O trabalho é o agressor da modernidade. E ele está também dentro dos próprios indivíduos.
O trabalho não somente caracteriza o homem, o trabalho antes marca o homem. As fábricas, os escritórios, os centros comerciais, as obras: todos são instituições legais para a destruição de substância humana. Nós vemos diariamente os vestígios do trabalho nos rostos e nos corpos. As pessoas laboram no trabalho a eles atribuído mais do que em qualquer outra coisa.
Também na indústria cultural de massa tem suas condições não em si mesma, mas nos desmotivantes processos cotidianos das pessoas, principalmente no trabalho remunerado. É nele que se encontram as raízes da estreiteza da mente e do comodismo prático. Ele é o motivo da insensibilidade e falsa serenidade dos indivíduos burgueses. “A empresa é o local onde o tipo do ser humano sem consciência é produzido, o lugar de nascimento do conformista“ diz Günther Anders (Anders 1956, p. 289-290). Trabalho dessencibiliza. Trabalho torna as pessoas tolas.
Trabalho é humilhação. É algo que se abate sobre nós, uma assolação, do qual temos que nos defender da melhor forma possível. A alternativa a ele não é a inatividade, mas a construção coletiva de uma atividade que faça sentido nas mais diversas áreas. A ausência de trabalho não tem como conseqüência a inatividade ou mesmo uma inutilidade. Pelo contrário: a superação do trabalho é a pré-condição da generalização da criatividade. Ela é libertada de sua condição de existência marginal. Comunismo não pode ser nada mais do que se doar um ao outro em toda sua criatividade.
Não foi o trabalho que fez o homem avançar, mas a atividade plena de espírito. Foi e é a atividade, que se acentuou socialmente nas mais diferentes formas, que conseguiu romper os ciclos obrigatórios e permitiu o surgimento de algo como a (pré-) história, ascensão e progresso – mesmo que se tenha sempre que perguntar sobre sua qualidade.

Desvalorização dos valores

Enquanto que é geralmente assumido que qualquer trabalho deve (novamente) tornar-se algum valor, nós partimos do princípio de que trabalho se desvaloriza continuamente e que isso, na verdade, é positivo. Isso só se torna negativo porque o desenvolvimento construtivo está ligado a um contexto geral destrutivo e nele tem a sua desgraça. Desta forma, a libertação do trabalho torna-se desemprego. Não se trata da redefinição dos valores (pelo que entendemos todo o contexto negativo do trabalho à liberdade, passando pela democracia) mas somente de que a desvalorização negativa é vista sob uma ótica positiva. O movimento de abolição deve tornar-se um movimento de desvalorização.
A luta contra a abstração real trabalho pode perfeitamente ser interpretada como ensaio para uma abrangente campanha pela desvalorização dos valores. Exatamente essa tarefa está na ordem do dia: a deslegitimização no discurso público de conceitos e princípios sagrados. O que é realmente precário deve tornar-se precário também dentro das cabeças. O que está podre deve ser também chamado de podre. Ao invés de fortalecer o engano – como o fazem, por exemplo, as agências de publicidade e à frente de todas a social-democracia – a tarefa é problematizá-lo, miná-lo por baixo e finalmente superá-lo.
Blasfêmia “transvolucionária” é o que deve ser feito agora. Ela significa transformar o respeito pelo trabalho em sua proscrição. Tornar desprezível através da crítica da ideologia é seu método, a proscrição de trabalho, valor e dinheiro é seu objetivo. Uma ruptura ou até mesmo uma generalização dessa blasfêmia, no entanto, só é possível se ela de fato corresponder aos desenvolvimentos sociais. De outra maneira, ela até poderia estar certa (o que não seria pouco), mas ela atualmente já teria seu posto perdido.
A tarefa não é transformação do trabalho, mas sua transformação enquanto princípio formal social. O trabalho não faz uma transição, ele está afundando. Deve-se atentar para que as pessoas não afundam com ele, mas consigam se emancipar dele e liberar-se de seus grilhões.

Campanha contra o trabalho

A canção do herói do trabalho está terminando. Apesar disso, ela é entoada mais uma vez como coro de todos os fiéis. Sejam católicos ou socialistas, protestantes ou fascistas, verdes ou liberais, empresários ou sindicalistas, o trabalho os une a todos em uma única procissão ocidental. Os coros rituais que clamam por trabalho não podem ser ignorados. Mesmo que eles cada vez mais tenham algo de fantasmagórico.
A questão do momento é exatamente o contrário do que estamos vendo: não uma necessidade de trabalho, mas uma campanha contra o trabalho. Uma campanha que saiba superar as velhas limitações mentais do movimento operário, mas também as das novas iniciativas de desempregados. Perspectiva social e luta social não podem mais se orientar pelos princípios de uma relação positiva com trabalho e dinheiro. Essa quebra de tabu é necessária para permitir a mudança de paradigma.
A aposentadoria da categoria trabalho é potencialmente muito promissora, em suas realizações concretas, no entanto, ela é bárbara, porque o progresso se abate sobre as pessoas na forma de desemprego e falta de moradia ou de perspectiva. Por isso, são necessárias novas formas de solidariedade que vão além das exigências por (mais) trabalho e dinheiro. Não se trata de assegurar ou reaver o já conquistado, mas de elaborar um futuro. Necessário é o reconhecimento direto do outro na comunicação. O quem é você? deve vencer a pergunta pelo o que é você? Para que as pessoas possam redefinir-se como elas próprias e não como seu papel burguês. Assim, elas se desfazem de sua persona. O trabalho foi somente um reconhecimento do homem através de um desvio.
O consenso direita-esquerda de “criar trabalho” deve ser negado. Deve-se perguntar de forma bem herética: quem deve ter ocupação total e para quê? – Não se deve lutar pelo “direito ao trabalho”, mas por um evidente “direito à vida”. E isso não significa a mera existência, mas profanamente a participação na quantidade de bens e esforços que hoje pode ser produzida globalmente. A frase “nós queremos trabalhar esforçadamente” deve ser substituída pela frase “nós queremos viver bem”. Autoconfiança é exigida e não a requisição de favores. Coragem ao invés de humildade.
Entretanto, não se deve contrapor ao direito ao trabalho um direito à preguiça. Deve-se ter em vista uma ociosidade criativa, uma existência produtiva que seja livre da coação à valorização. Vagarozidade e efetividade não se excluem mutuamente. Ociosidade deve ser estabelecida no lugar do dever. O consciente deve substituir o sem consciência. Criatividade e produtividade, atividade e solidariedade estão no centro da práxis futura, sim, até mesmo a palavra profissão, hoje de mau gosto, pode de uma hora para outra reaver sua honra. Sem dúvida: haverá atividade. Mas isso não significa de forma alguma que haverá trabalho.
O objetivo é a diminuição do tempo socialmente determinado. Emancipação significa a luta contra a luta pela existência e finalmente sua superação, ao menos no que diz respeito ao seu lado material. Trata-se da passagem da sobrevivência para a vida. Não é nada menos que o abandono da pré-história do homem: “O reino da liberdade só começa de fato quando o trabalho, que é determinado pela necessidade e por exigências externas, acaba; portanto, pela própria natureza da questão, isso está além da esfera da produção material propriamente dita” (Marx/Engels 1969d, p.828). Na ordem do dia está uma apropriação emancipatória do tempo. Para que os contemporâneos possam aproveitar seu tempo.

Literatura

Anders, Günther (1956): Die Antiquiertheit des Menschen, vol.1: Über die Seele im Zeitalter der zweiten industriellen Revolution, Munique
Anders, Günther (1980): Die Antiquiertheit des Menschen, vol. 11: Über die Zerstörung des Lebens im Zeitalter der dritten industriellen Revolution, Munique
Anders, Günther (1989): Sprache und Endzeit [Manuskript des dritten Bandes der »Antiquiertheit«]; in: Forvm, Oktober/November 1989
Berger, Wilhelm/Paul-Horn, Ina (1997): Arbeit und Bedürfnisse. Thesen zu einem Interpretationsmodell, in: Paul-Horn, Ina (Hg.), 1997
Dietzgen, Josef (1930): Sämtliche Schriften, vol. 1, quarta edição, Berlim
Engels, Friedrich (1969): Dialektik der Natur, MEW, vol. 20, Berlim
Franzobel (1995): Die Krautflut. Erzählung, Frankfurt/Main
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich (1986a): Bewußtseinslehre für die Mittelklasse; in: Werke, vol. 4, Frankfurt/Main
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich (19866): Grundlinien der Philosophie des Rechts; in: Werke, vol.7, Frankfurt/Main
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich (1986c): Phänomenologie des Geistes, Werke, vol. 3, Frankfurt/Main
Kant, Immanuel (1977): Anthropologie in pragmatischer Absicht; in: Werkausgabe vol. XII, Frankfurt/Main
Kitzmüller, Erich (1997): Von der Arbeitsgesellschaft zur Tätigkeitsgesellschaft; in: Paul-Horn, Ina (Hg.) 1997
Lunatscharski, A. (1908): Religion und Sozialismus, Teil I, Petersburg (russ.), apud: Geschichte der Kommunistischen Partei der Sowjetunion, vol. 2, Moskau o. J.
Marx, Karl (1969a): Das Kapital, Erster Band, MEW, Bd. 23, Berlim
Marx, Karl/Engels, Friedrich (19696): Die deutsche Ideologie, MEW, vol. 3, Berlim
Marx, Karl (1969c): [Randglossen zu Adolph Wagners »Lehrbuch der politischen Ökonomie«], MEW, vol. 19, Berlim
Marx, Karl (1969d): Das Kapital, Dritter Band, MEW, vol. 25, Berlim
Marx, Karl (1970): Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie, MEW, vol. 1, Berlim
Marx, Karl (1972): Über Friedrich List, Berlim
Marx, Karl (1983): Grundrisse der Kritik der politischen Ökonomie, MEW, vol. 42, Berlim
Nestroy, Johann (1975): Das Notwendige und das Überflüssige. Posse mit Gesang in zwei Akten. Bearbeitet von Karl Kraus, II. Akt, 3. Szene; in: Karl Kraus, Nestroy und die Nachwelt, Frankfurt/Main
Paul-Horn, Ina (Hg.) (1997): Transformation der Arbeit. Prozeßwissenschaftliche Erforschung einer Grundkategorie, Viena
Schneyder, Werner (1998): Anmerkungen eines Solisten; in: Cap, Josef/ Fischer, Heinz (Hg.), Rote Markierungen für das 21. Jahrhundert, Viena
Schwarz, Gerhard (1997): Utopien der Arbeit; in: Paul-Horn, Ina (Hg.), 1997
Stalin, Josef o. J.: ZPA des IML, Fonds 558, Liste 1, Dok. 5262, Bl. 2, apud: Geschichte der Kommunistischen Partei der Sowjetunion, vol.2 , Moscou o. J.

Nota

1 [3] A denominação partícula de capital é por isso mais clara que capital, pois ela esclarece melhor a imanência constitutiva da partícula de capital em relação à relação de capital, é, portanto, menos fácil afirmar que ao trabalhador é imposta uma função de capital a partir de fora ao invés que ela o constitui por dentro.


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